domingo, novembro 20, 2016

#ENGTIPS 07 - Elemento de Sombreamento de Fachada


Fala, galera!
Nas áreas de engenharia, construção civil e arquitetura, assim como em tantas outras, é necessário que os profissionais estejam sempre ligados a tudo que surge com relação a novas tecnologias...vocês sabem!

Sempre que for possível buscar melhor rendimento, diminuir custos e prazos, as novas tecnologias são bem-vindas e o nosso objetivo aqui do blog é trazer ideias e opções para se conseguir alcançar isso. Ao monitorar o mercado e as tendências que vão surgindo, o profissional tem mais segurança naquilo que faz, buscando a excelência para sobressair perante a concorrência. A todo momento novos métodos e produtos são lançados e é natural que a construção civil evolua com certa rapidez, por isso precisamos acompanhar de perto essas mudanças.


Bom, seguindo com nosso assunto deste post...
A algumas semanas atrás falamos sobre algumas tendências esperadas para um futuro próximo na construção (clique aqui caso ainda não tenha visto) que foi lançado pelo relatório técnico de estudo de tendências tecnológicas na indústria da construção civil, no segmento de edificações, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), e uma dessas tendências era o Elemento de Sombreamento de Fachada.

Mas então, o que é um Elemento de Sombreamento de Fachada?
São recursos que se relacionam com a eficiência energética das edificações, desde o projeto de concepção da construção, são elementos externos de proteção solar que podem ser horizontais ou verticais, ou combinação dos dois. Estes elementos podem ser fixos ou móveis, onde a proteção solar fixa exige um projeto muito mais criterioso em relação às trajetórias solares para garantir sua eficiência.


Um pouquinho de história...
Os elementos de proteção solar, foram resgatados pela arquitetura moderna nos anos 30 e 40, inicialmente na obra de Le Corbusier que advoga para si a sua invenção. O brise-soleil, como foi denominado, por Le Corbusier desempenhou dois papéis importantes: um como elemento de adaptação ao clima e outro como elemento de composição de fachada. Se ao princípio sua preocupação se refere principalmente aos condicionantes térmicos, ampliou o alcance aos aspectos de iluminação em suas últimas obras. O Brise Soleil foi, desde seus primórdios, um elemento compositivo de qualidade reconhecida mundialmente, teve seu apogeu nas décadas de 40 a 70, caindo depois em desuso. Hoje volta a ser utilizado, entretanto, de forma diferente do que foi passado. Pode-se dizer que atualmente, os componentes de sombreamento são usados muitas vezes como elemento de composição de fachada, sem uma análise adequada de sua influência no ambiente interior e seu desempenho térmico e luminoso.

Abaixo segue um exemplo de como o sombreamento ajuda no controle interno da temperatura de um imóvel:


Considerando a importância da eficiência energética nos edifícios, surge a tendência de elementos de sombreamento de fachada, que reduzem o consumo de energia por equipamentos de climatização, controlam a luminosidade natural e reduzem o consumo de iluminação artificial.

Estive a pouco em Paris e tive a oportunidade de visitar um edifício, o Instituto do Mundo Árabe (1981-1987), que em minha opinião, conta com o mais impressionante sistema de sombreamento que conheço. Projetado pelo arquiteto Jean Nouvel, que recria elementos da arquitetura árabe sob nova ótica e está situado às margens do rio Sena, o edifício segue a curva do rio em sua fachada norte, totalmente espelhada, refletindo a cidade de Paris.


A fachada sul, retangular, é onde estão os elementos que mais caracterizam esse projeto, uma releitura dos Muxarabies (treliçados de madeira que tem como objetivo filtrar a luz, permitir a visão da rua desde o interior do edifício e permitir a privacidade das tarefas internas) levou ao desenho de diafragmas metálicos, como os de uma câmera fotográfica, com aberturas em diversos tamanhos e formas geométricas que se abrem e fecham de acordo com as condições externas de luz. Esses diafragmas são controlados mecanicamente através de células fotossensíveis e o efeito final é de um ambiente interno com um luz filtrada, muito comum na arquitetura islâmica.



Estou colocando este exemplo aqui pois mostra exatamente o que temos que buscar em nossas obras e também o motivo de o sombreamento de fachada aparecer em um estudo de tendências para o futuro. É preciso mesclar o antigo com o novo (elemento de sombreamento + mecanismo fotossensível) e buscar novas maneiras de possibilitarmos a melhor eficiência possível de cada projeto e cada construção, como o conforto térmico que este elemento proporciona e consequentemente o menor consumo de energia. O futuro será feito de obras inteligentes e que tragam algo à mais do que o simples conceito de “abrigo”, resta à todos nós da área estarmos atentos à tudo que aparece e onde podemos utilizá-los.

ps.: Seguem abaixo alguns videos mostrando esta técnica incrível utilizada no IMA, inclusive a fabricação dos muxarabies!



Abraços,

DS.

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